São Paulo 27/2/2020 – “Usava o que servia. Chegou uma época em que nenhuma roupa servia em mim, precisava mandar confeccionar”
Em entrevista para o documentário ‘Vícios – As Duas Faces da Bariátrica’, o rapaz de 29 anos revelou que pensou em suicídio quando sofria com a obesidade na fase da adolescência. Aos 21 anos, Tiago chegou a pesar 175 kg.
“Eu vivi na escuridão, a vontade de morrer me visitou muitas vezes”, conta ele, que pesa hoje cerca de 98 kg.
Vaidoso, Martins ainda sofria na hora de encontrar algo para se vestir.
“Usava o que servia. Chegou uma época em que nenhuma roupa servia em mim, precisava mandar confeccionar. Ir às lojas e comprar roupas era um momento muito doloroso, ver o olhar de pena e outras vezes de deboche das vendedoras por não encontrar nenhuma numeração que coubesse em mim era algo deprimente”, desabafa.
BARIÁTRICA
Com diversos problemas de saúde como apneia do sono, pressão alta, dificuldades para andar e problemas nas articulações, o jornalista decidiu iniciar o processo para passar pela cirurgia bariátrica – algo pouco conhecido na época.
“Minha única salvação era a cirurgia. Comecei a pesquisar, e tudo era muito novo para mim. Todas as pessoas da minha família se posicionaram contra, mas eu disse que, se tendo 1% de chance para conseguir ter uma vida melhor, eu iria me apegaria nesse 1% solução”, determina.
A cirurgia de Tiago foi um sucesso. Ele passou sete dias internado, sendo três no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e com uma dieta à base de líquidos. Em menos de 30 dias, perdeu 28 kg.
Meses depois, Martins estava irreconhecível. A transformação atraiu o olhar de organizadores da Record TV, levando-o como candidato do ‘Transformação Mais Incrível’. “Me senti horrível por 21 anos, e naquele dia o Brasil todo dizia que eu estava lindo. Me senti um vencedor”, conta.
“Naquele dia [da cirurgia], eu nasci novamente. Eu preciso esquecer para seguir em frente, porque lembrar do quanto as pessoas me maltrataram simplesmente por eu ser obeso é muito difícil. É uma marca que o tempo não apaga. Constantemente, você se pega lembrando e dói. Eu preciso olhar o ser humano com olhos brandos e tentar apagar tudo”, conclui.
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